30 julho 2008

Fidel Castro: A educação em Cuba


O líder cubano Fidel Castro escreveu mais uma de suas reflexões, na qual destaca o sistema educacional da Ilha e lembra que "nenhum país desenvolvido possui neste campo nossos índices de escolaridade e as possibilidades educacionais de todos os cidadãos, apesar do bloqueio injusto e o roubo descarado de braços, músculos e cérebros que sofre Cuba".
"Os Estados Unidos e outros países ricos não podem sequer equiparar-se com o nosso. Têm, isso sim, muitos mais automóveis, gastam mais gasolina, consomem muitas mais drogas, compram mais quinquilharias e se beneficiam com o saque de nossos povos, como o fizeram durante séculos", acrescenta.

Leia abaixo a íntegra do texto, reproduzido da Agência Prensa Latina:


A EDUCAÇÃO EM CUBA


"Parece que o nosso país é o que mais tem problemas de educação no mundo. Todas as notícias que chegam divulgam informação sobre muitos e difíceis desafios: déficit de mais de 8.000 professores, grosserias e maus hábitos de estudantes, insuficiente preparação; problemas, enfim, de todo tipo.


Não acredito, em primeiro lugar, que estejamos tão mal. Nenhum país desenvolvido possui neste campo nossos índices de escolaridade e as possibilidades educacionais de todos os cidadãos, apesar do bloqueio injusto e o roubo descarado de braços, músculos e cérebros que sofre Cuba.


Os Estados Unidos e outros países ricos não podem sequer equiparar-se com o nosso. Têm, isso sim, muitos mais automóveis, gastam mais gasolina, consomem muitas mais drogas, compram mais quinquilharias e se beneficiam com o saque de nossos povos, como o fizeram durante séculos.


O imperialismo aspira a que as mulheres cubanas voltem a ser mercadorias, objetos de prazer e serventes dos ricos. Não perdoam a luta pela libertação dos povos. Sentem falta dos anos em que a entrada dos cubanos negros aos centros de diversão estava proibida. Muitos cidadãos careciam de emprego, segurança social e assistência médica.


Para Martí, a liberdade era cara, havia que pagá-la por seu preço ou resignar-se a viver sem ela. Esse é o dilema que devem se propor todos os cubanos a cada dia.


Quanto há de verdadeiro nas esperanças de nossos inimigos? Só em nós mesmos está a resposta. Ou é que na educação podemos igualmente nos perguntar se utiliza-se o método burocrático de dar ciência sem consciência? Não acho que tenhamos regredido tanto. De todas as formas, é indispensável que cada um se faça a pergunta para evitar que se cuspa sobre nossa dignidade. Não esperemos perdão de nossos inimigos.


Há dezenas de milhares de pessoas que pensam, falam, atuam e tomam decisões. Nas mãos de todas elas estão as medidas que se adotam a cada dia.


Prestemos atenção aos nossos inimigos e façamos todo o contrário do que esperam de nós para seguir sendo o que somos.


Apela-se às nossas consciências. A Revolução exige de todos nós, com razão, trabalhar mais, isto é, trabalhar! Resistimos 50 anos. As novas gerações estão muito melhor preparadas; temos direito a esperar delas bem mais. Não nos desalentemos com as notícias dos inimigos, que tergiversam o sentido de nossas palavras e apresentam nossas autocríticas como tragédias. O manancial da ética revolucionária é inesgotável!"

Fidel Castro Ruz
19 de Julho de 2008




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