30 julho 2009

UJS confirma vitória e elege Augusto para presidir a UNE e "aprofundar as mudanças"

Ao obter 72% dos votos e eleger, no último domingo, em Brasília, o presidente da UNE para o próximo biênio, a chapa "Aprofundar as Mudanças" alcançou um feito histórico para o movimento estudantil. Ao final da gestão de Augusto Chagas, em 2011, a União da Juventude Socialista terá completado 20 anos à frente da entidade.

O fato foi confirmado com os 2018 votos obtidos pela coalizão que baseou suas propostas na luta pela vitória das forças progresistas em 2010. O resultado foi suficiente para a conquista da maioria das diretorias da entidade na próxima gestão.

Militante da UJS e do movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade, o estudante da USP Augusto Chagas assume a entidade com desafios de pressionar pela aprovação da proposta de Reforma Universitária elaborada pela UNE, mobilizar a base da UNE para discutir e apoiar um projeto de desenvolvimento que contemple os anseios populares nas eleições presidenciais e fortalecer ainda mais a rede do movimento estudantil na luta pelos interesses dos estudantes.

A soma de forças que levou à vitória contou com os movimentos Da Unidade Vai Nascer a Novidade (UJS e independentes), Mutirão (Juventude Pátria Livre), Kizomba (Democracia Socialista), JSB, JS-PDT, JMDB e Mudança e conquistou 2018 votos, obtendo 13 dos 17 postos na executiva da entidade.Em segundo lugar ficou a chapa "Oposição de Esquerda", que congrega correntes ligadas ao PSol e ao Partido Comunista Revolucionário (PCR), com 410 votos e dois cargos na executiva. A terceira colocada reuniu, "MUDE", que reuniu as correntes petistas Construindo um Novo Brasil (CNB), Articulação de Esquerda e O Trabalho, conquistou o apoio de 354 delegados e obteve também dois postos.

Outras três chapas ainda forma inscritas e tiveram, juntas, 20 votos, enquanto foram cinco os nulos e dois os votos em branco.Em seu discurso de candidato, Augusto Chagas exaltou a coragem do movimento estudantil em não se dobrar perante as adversidades e enfrentar de maneira altiva às perseguições a que estão sujeitos os que dedicam esforços pela construçãode uma nação melhor. "Uma saudação àqueles e àquelas que acreditaram num novo país, que não se confundiram diante do momento político que vive o Brasil e que não se pautaram pela opinião das elites e seus meios de comunicação e que não se acovardaram diante das dificuldades e ousaram lutar por um mundo melhor", falou.

Vitória da militânciaAntes de entrarem no ginásio para a eleição da nova diretoria, delegados e delegadas do movimento "Da Unidade", o maior presente no Congresso, e militantes da UJS realizaram uma plenária que retratou o esforço dedicado durante a campanha e dedicou a esperada vitória ao desprendimento dos jovens socialistas que a construíram. Para Marcelo Gavião, presidente da UJS, "esse congresso tem a gota de suor de todos os militantes, que tanto trabalham para materializar as ideias e a política da UJS, aceitam ser deslocados de seus estados e, muitas vezes, passar dificuldades em lugares que não conhecem, mas o fazem com a certeza de que lutam por um Brasil melhor e mais justo para todos".

As mulheres no comandoOutro fator a ser destacado na bancada do movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade é o papel das mulheres. Elas são presidentes nas entidades estaduais de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Pará e Amazonas e, neste Congresso, tinham sua principal representação em Lúcia Stumpf, presidente da UNE na gestão cessante.Lúcia, aliás, na plenária citada, foi efusivamente homenageada pelo seu desempenho à frente da UNE nos últimos dois anos.Congresso representativo e politizadoEste 51º Congresso entra para a história como o mais representativo da UNE: com 5250 delegados eleitos (3001 deles estiveram no Congresso, mesmo em período de férias), representou com suas eleições os alunos de 92% das instituições de ensino superior brasileiras.

A programação contou com o I Encontro de Estudantes do ProUNI e teve a presença do presidente Lula, única vez em que um primeiro mandatário da República participou do Congresso. Aconteceu também um grande ato político, que reuniu estudantes, sindicalistas e representantes de outros movimentos sociais, em defesa da Petrobras e do petróleo, com ênfase na luta para que os recursos da camada de pré-sal, recentemente descobertos, fiquem sob controle nacional e sejam utilizados para atender às demandas sociais do povo brasileiro.

De Brasília,Fernando Borgonovi

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