17 março 2010

8 de Março,Uma luta de todos e todas...


Maria Elisa Iwaya Presidenta da UJS Joinville

Tratada por muitos setores da esquerda (e da direita) como uma questão menor, a luta pela emancipação feminina tem ganhado espaço, por entender que a construção de "um novo mundo possível", soberano, igualitário e socialista passa pela ampla participação das mulheres dentro dos espaços de poder, dos cargos de chefia e do avanço em uma agenda feminista. Que paute discussões de gênero trazendo a tona questões que envolvem o direito ao corpo da mulher, o combate aos (des) usos que a mídia faz deste, da autodeterminação, a não criminalização do aborto, ao trabalho digno – e não subempregos, como ainda acontecem em muitos casos, a não violência, o acesso a licença maternidade e a creches,entre tantos outros.

E isto não significa apenas cumprir metas de percentuais de mulheres dentro de partidos políticos ou empresas, significa garantir que nossas pautas tenham visibilidade e concretizem-se por meio de luta cotidiana, contra o machismo, o sexismo, a homofobia e a violação dos direitos humanos, em uma perspectiva de equidade de poder entre os sexos, e não de disputa.

O sistema capitalista incentiva e aproveita-se das diferenças biológicas para inculcar em homens e mulheres papéis sociais distintos, determinando como devem agir e perpetuando as desigualdades, de forma a naturalizarmos a questão que - como já tratada por inúmera/os autoras/es - é construída sócio e historicamente, e não determina nem é determinada pelo sexo biológico.

O aumento de mulheres nas universidades possibilitou que esta discussão chegasse à academia a ponto de hoje os estudos de gênero terem seu espaço consolidado, saindo do "gueto", a que estavam restritos até (aproximadamente) a década de 1990. A União da Juventude Socialista – UJS, por sua grande inserção no meio acadêmico, não pode deixar de estar à frente desta luta, colocando-se como protagonista, e atuando junto com a União Brasileira de Mulheres - UBM na defesa e divulgação da Lei Maria da Penha, (Lei nº. 11.340/06), que visa o combate da violência contra as mulheres, pela descriminalização do Aborto, que é uma das principais causas de morte de mulheres jovens em nosso país, e pelo combate a todos os tipos de preconceito - de classe, gênero e etnia.

É importante ressaltar, que esta luta só será possível com a participação e envolvimento de todas/os e com o empenho na educação de crianças e jovens para uma atuação em defesa da igualdade de gênero e do fim da homofobia. A UJS lançou material para a campanha e participa de várias atividades no país inteiro neste oito de Março. Para que este não seja apenas mais um dia de incentivo ao consumismo e entrega de rosas as mulheres em lojas, mas um dia de aprofundamento do debate, que completa cem anos e ainda exige reflexão, diálogo e práticas em favor das mudanças.

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